Outro dia, apareceu aqui um link falando sobre uma possível decodificaçao do Manuscrito Voynich. Muita gente discordaria.
25.2.14
Traduções do Brasil
A literatura nacional ainda não anda com as próprias pernas no mercado internacional; e, depois dos escritores, o principal interessado numa imagem literária da nossa cultura é o Estado brasileiro. Não se leva a sério um país que se reduz a samba e futebol; espera-se que sejamos alfabetizados, e a literatura seria nosso melhor testemunho.
Comparado com outros programas de projeção da imagem do Brasil, o da BN parece apresentar boa relação custo x benefício.
Múltiplas matrizes
Se algum dia a humanidade for capaz de criar simulações tão complexas quanto o nosso mundo, existirão mais simulações do que mundos reais. Portanto a chance de que vivemos em uma simulação é estatisticamente significante. A ideia só me desagrada porque estamos em uma das simulações mais pobrinhas.
22.2.14
Matadores de aluguel
Na ficção, assassinos de aluguel são profissionais competentes e personagens interessantes. Segundo uma pesquisa inglesa, a verdade é muito mais banal. A não ser que você descontes os melhores assassinos: os que não foram pegos.
Correspondência pós-divórcio
Se Encontros e Desencontros foi um filme autobiográfico de Sophia Coppola, Ela seria a resposta de Spike Jonze. Se todo filme que fizerem para se agredirem e lamentarem for assim, por mim a conversa continua por décadas.
Calibre seu detector de merda
Anytime someone tells you that eating something prevents cancer, your BS detector should start a-clanging. Natural News is full of these beauties. In addition to whole lemons, the site pushes organic green shakes, cilantro, blueberries, and spirulina as surefire cancer fighters. Whisper it, though, because Natural News has exclusive information suggesting that the government will silence anyone who pushes natural cancer cures.
Guia para o jogo da vida
Um guia de estratégia para o jogo da vida. Embora o formato seja divertido, as premissas são bem babacas.
19.2.14
Saindo do armário da sacristia
Você é ateu, agnóstico outro tipo de herege e ainda não se assumiu como tal? Há um livro que pode ajudar.
Embora meu pai me classifique como agnóstico e minha mãe dê todos os indícios de achar que eu tenho alguma fé secreta, isso nunca foi um grande problema - talvez porque eu nunca tornei isso um segredo e tenha desde os dez anos mostrado um ceticismo crescente.
Embora meu pai me classifique como agnóstico e minha mãe dê todos os indícios de achar que eu tenho alguma fé secreta, isso nunca foi um grande problema - talvez porque eu nunca tornei isso um segredo e tenha desde os dez anos mostrado um ceticismo crescente.
Livros: atual vs virtual (lembra quando todo mundo usava esses termos?)
Apesar de ler em telas há muitos anos - cheguei a ler alguns livros inteiros em um Palm Zire, além de ler centenas e centenas de quadrinhos por ano - eu só havia comprado dois livros-app para o iPad. Acho que era a vontade de não só ler, mas ter certos livros que me deixava longe da compra das versões digitais. Eu amo ter um monte de livros e um dos meus sonhos de infância sempre foi ter uma biblioteca, com direito a estantes cheias e poltrona. Apesar da nossa biblioteca (que minha mulher insiste em chamar "escritório", embora a faxineira chame pelo nome certo) não ser tão grande quanto gostaria, percebi num dia de inverno que nós passamos dentro dela, com aquecedor ligado, lendo e conversando, que ele havia se realizado dentro das possibilidades de quem não é rico.

Por outro lado, como em todo relacionamento longo, eu e meus livros temos momentos de crise e os últimos anos não têm sido fáceis. O primeiro problema veio em uma mudança anterior, quando percebi, depois de arrumar os volumes nas estantes, que tinha as colocado no lado errado da sala. Daí lá vou eu tirar todos os livros e colocar de volta do outro lado. Nos dois anos e pouco que se seguiram, o problema foi a falta de espaço. O apartamento era pequeno e não havia lugar para uma estante. Então deixar os livros juntos era um exercício de paciência, esforço e vaselina. O limite de espaço passou a regular as compras e em mais de um momento me vi deixando algo na livraria porque não havia lugar.
Compramos nosso apartamento no final de 2010. Dessa vez havia um segundo quarta onde cabiam não só as estantes que eu já tinha, como também havia espaço para mais. Compramos uma maior, dupla, achando que demoraria para enchermos. Entre descontroles, certa pujança econômica, horror vacui e nossas desculpas para precisar agora de determinado título, o espaço extra se acabou rapidamente. Não havia problema. Brincando de dança das cadeiras - os de culinária foram para mais perto da cozinha, os de psicologia foram para uma caixa da despensa... - e eliminado alguns, as coisas se arrumaram por algum tempo. Mas livros são como tribbles. Como o apartamento é nosso para todo o sempre, começamos planos de colocar mais prateleiras sobre as estantes.
Antes mesmo disso o calor e os vizinhos barulhentos nos propuseram a ideia de colocar condicionador de ar na biblioteca. Para isso era obviamente necessário quebrar a parede e, portanto, levar os livros para outro canto. Entre enrolações do "profissional" contratado e problemas diversos, cerca de metade dos livros passaram meses empilhados na sala. Levamos todos para lá e depois da quebradeira e da limpeza, Daniela e a faxineira enfiaram todos nas estantes de qualquer jeito. Coube a mim dar ordem. Passei uma ou duas semanas nessa função, pois é impossível mexer nos livros sem dar uma olhadinha dentro de um ou outro. No processo separei alguns para me desfazer e arrumar um pouco de espaço.
Achei que ficaria tudo tranquilo e ficou. Por quase dez dias. Daí veio a notícia que vamos nos mudar de novo. Para um apartamento bem menor. Em outro estado. Então ontem fui comprar caixas para empacotarmos todos os livros (e as estantes) de novo. Vontade de proibir para sempre a compra de mais livros, de torcer por uma falta de gás de cozinha para usá-los para ferver a água no miojo. Pensamos em levar os livros de trabalho da Daniela para o gabinete na universidade, mas ele fica a 130 quilômetros de casa.
Olhando os livros e pensando no trabalho, juro que nunca mais vou comprar filósofo austríaco de que não se pode falar, irlandês incompreensível, coletânea de quadrinhos que tem peso para matar uma pessoa ou enciclopédia de quando eu era criança. Acho que isso explica porque nas últimas semanas comprei dois livros para Kindle. A preguiça de ter que empacotar mais livros ainda, ter que pensar se vamos ter como colocar todas as estantes no apartamento novo são um grande incentivo para esquecer um pouco do papel.
A experiência de leitura é muito boa: se abro o Kindle no iPad ou no iPhone, ele está no lugar onde parei e ter os livros sempre comigo é confortável e faz a leitura andar mais depressa. O preço dos livros na Amazon americana também é razoável, principalmente para livros que imagino que não vou ler de novo.
O problema é que a facilidade estimula a compra desenfreada. Quando compramos livros pela Amazon, o processo é mais lento. Escolho, pergunto se a Daniela quer alguma coisa, enrolo um pouco. Tudo para ter tempo de tirar os livros. Vejo um comentário sobre um livro, fico curioso, adiciono na lista de compras para o próximo pedido. Na hora de completar a compra, já esqueci do que se trata e tiro do carrinho. Tudo isso desaparece com o livro eletrônico.
Descubro a existência do livro. Entro na Amazon. Cliquei, já aparece no iPad e no iPhone. Sem tempo para pensar, sem chance de me arrepender. Não ocupa espaço, não pesa.
Mas fica lá no fundo da cabeça pedindo para ser lido agora.

Por outro lado, como em todo relacionamento longo, eu e meus livros temos momentos de crise e os últimos anos não têm sido fáceis. O primeiro problema veio em uma mudança anterior, quando percebi, depois de arrumar os volumes nas estantes, que tinha as colocado no lado errado da sala. Daí lá vou eu tirar todos os livros e colocar de volta do outro lado. Nos dois anos e pouco que se seguiram, o problema foi a falta de espaço. O apartamento era pequeno e não havia lugar para uma estante. Então deixar os livros juntos era um exercício de paciência, esforço e vaselina. O limite de espaço passou a regular as compras e em mais de um momento me vi deixando algo na livraria porque não havia lugar.
Compramos nosso apartamento no final de 2010. Dessa vez havia um segundo quarta onde cabiam não só as estantes que eu já tinha, como também havia espaço para mais. Compramos uma maior, dupla, achando que demoraria para enchermos. Entre descontroles, certa pujança econômica, horror vacui e nossas desculpas para precisar agora de determinado título, o espaço extra se acabou rapidamente. Não havia problema. Brincando de dança das cadeiras - os de culinária foram para mais perto da cozinha, os de psicologia foram para uma caixa da despensa... - e eliminado alguns, as coisas se arrumaram por algum tempo. Mas livros são como tribbles. Como o apartamento é nosso para todo o sempre, começamos planos de colocar mais prateleiras sobre as estantes.
Antes mesmo disso o calor e os vizinhos barulhentos nos propuseram a ideia de colocar condicionador de ar na biblioteca. Para isso era obviamente necessário quebrar a parede e, portanto, levar os livros para outro canto. Entre enrolações do "profissional" contratado e problemas diversos, cerca de metade dos livros passaram meses empilhados na sala. Levamos todos para lá e depois da quebradeira e da limpeza, Daniela e a faxineira enfiaram todos nas estantes de qualquer jeito. Coube a mim dar ordem. Passei uma ou duas semanas nessa função, pois é impossível mexer nos livros sem dar uma olhadinha dentro de um ou outro. No processo separei alguns para me desfazer e arrumar um pouco de espaço.
Achei que ficaria tudo tranquilo e ficou. Por quase dez dias. Daí veio a notícia que vamos nos mudar de novo. Para um apartamento bem menor. Em outro estado. Então ontem fui comprar caixas para empacotarmos todos os livros (e as estantes) de novo. Vontade de proibir para sempre a compra de mais livros, de torcer por uma falta de gás de cozinha para usá-los para ferver a água no miojo. Pensamos em levar os livros de trabalho da Daniela para o gabinete na universidade, mas ele fica a 130 quilômetros de casa.
Olhando os livros e pensando no trabalho, juro que nunca mais vou comprar filósofo austríaco de que não se pode falar, irlandês incompreensível, coletânea de quadrinhos que tem peso para matar uma pessoa ou enciclopédia de quando eu era criança. Acho que isso explica porque nas últimas semanas comprei dois livros para Kindle. A preguiça de ter que empacotar mais livros ainda, ter que pensar se vamos ter como colocar todas as estantes no apartamento novo são um grande incentivo para esquecer um pouco do papel.
A experiência de leitura é muito boa: se abro o Kindle no iPad ou no iPhone, ele está no lugar onde parei e ter os livros sempre comigo é confortável e faz a leitura andar mais depressa. O preço dos livros na Amazon americana também é razoável, principalmente para livros que imagino que não vou ler de novo.
O problema é que a facilidade estimula a compra desenfreada. Quando compramos livros pela Amazon, o processo é mais lento. Escolho, pergunto se a Daniela quer alguma coisa, enrolo um pouco. Tudo para ter tempo de tirar os livros. Vejo um comentário sobre um livro, fico curioso, adiciono na lista de compras para o próximo pedido. Na hora de completar a compra, já esqueci do que se trata e tiro do carrinho. Tudo isso desaparece com o livro eletrônico.
Descubro a existência do livro. Entro na Amazon. Cliquei, já aparece no iPad e no iPhone. Sem tempo para pensar, sem chance de me arrepender. Não ocupa espaço, não pesa.
Mas fica lá no fundo da cabeça pedindo para ser lido agora.
Ela é demais
Fui assistir Ela - gostei bastante, aliás - e me peguei pensando depois o que alguns teóricos da singularidade achariam dele. Pois Ray Kurzweil fez uma resenha do filme sob um ponto de vista muito particular.
18.2.14
Na frequência global
Não há dúvida que XKCD é um dos melhores quadrinhos da Intrnet. E volta e meia o autor vem com algum experimento formal impressionante
Educação começa em casa
Daniel Pellizari, nerd convicto, fala sobre como apresentou os videogames aos filhos.
16.2.14
15.2.14
Na cara!
Uma das promessas do 3D eram filmes pornôs em três dimensões. Mas, apesar de alguns experimentos, o negócio não deu certo. Um dos motivos é bastante óbvio, como aponta um dos entrevistados: as coisas que mais ganham com o 3D são as que os homens não fazem muita questão de ver.
14.2.14
13.2.14
Mulheres em quadrinhos
A edição desta semana da Narratively é sobre mulheres e é em quadrinhos feitos por mulheres.
Livros e quadrinhos baratinhos
Só para lembrar que você encontra muitos títulos interessantes nessa lista de livros e quadrinhos que estou vendendo. Já são quinze anos de clientes satisfeitos.
12.2.14
A nossa batata está assando
As Olimpíadas de inverno colocaram a Rússia na berlinda, deixando claro que o país de Putin é autoritário e muito complicado. Com a Copa e as Olimpíados do Rio, o país vai sofrer escrutínio semelhante. E acho que o resultado não vai nos agradar.
Algo que sempre tive vontade de dizer
Fuck your Noguchi coffee table e muitas outras tendências bobas de decoração.
Os câncers mais mortais
Esse ótimo infográfico mostra os câncers mais mortais em cinco, dez, quinze e vinte anos e o número de casos anuais nos EUA.
8.2.14
O primeiro filme com Lego
Uma Viagem à Lua, de 1973, é o primeiro filme feito com Lego. Foi feito por duas crianças e a animação é excelente.
7.2.14
Na na na na nana BatBOMB
Durante a II Guerra, os EUA testaram uma bomba feita de morcegos incendiários.
Que língua é essa?
Ouça alguém falando e tente identificar a língua no The Great Language Game. Na primeira tentativa, fiz 450 pontos.
6.2.14
A invasão da junk food
Os hábitos alimentares europeus estão mudando. Na França, metade dos sanduíches vendidos são hamburgers. E a culinária tradicional italiana vem perdendo espaço para congelados e doces industrializados.
5.2.14
Bigodão
A história do bigode nos EUA é mais complicada do que podem pensar os hipsters e cheia de questões raciais.
A comida da capa
Você já deve ter notado as diferenças entre o seu sanduíche e o da foto, mas o mundo do food stylingmudou bastante.
1.2.14
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